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Ice AVenturaS

A Aventura de estar no topo do meu Iceberg... Ou seja, da minha mente! Pensamentos, reflexões, experiências, assuntos sérios ou maluquices da pessoa, mãe e psicóloga... Uma viagem talvez alucinante e meio louca!

Ice AVenturaS

A Aventura de estar no topo do meu Iceberg... Ou seja, da minha mente! Pensamentos, reflexões, experiências, assuntos sérios ou maluquices da pessoa, mãe e psicóloga... Uma viagem talvez alucinante e meio louca!

Não se medem sofrimentos, nem se avalia a dor a olho nú...

Já não é a primeira vez que ouço dizer que os idosos são mais frios, até egoístas e desinteressados, por aparentarem mostrar alguma indiferença, após a notícia de morte de um colega/companheiro de Centro de Dia, Lar, um vizinho da mesma idade...

Serão os Idosos mais insensíveis ou frios perante a morte?

 

Gostaria que considerassem o seguinte...

Imaginem que perderam os vossos pais, irmãos, espos@, grande parte ou a totalidade dos vossos amigos e familiares mais próximos e, possivelmente, até filh@s... Imaginem que já morreram todas estas pessoas importantes... Conseguem?

Imaginem que se veem a perder progressivamente capacidades e autonomia, sabendo que já viveram muito, que a saúde já fraqueja e que a morte é algo inevitável... Conseguem conceber isso? A morte como um destino que é de todos?

Conseguem imaginar?

 

Sim, a morte assusta a generalidade do ser humano.

Teme-se a incerteza do não saber o que se segue, dói a consciência do fim, da ausência e do nunca mais...

Mas, depois de se perder a maioria das pessoas mais importantes da nossa vida, deixará de doer e de assustar a morte? Tornar-nos-emos insensíveis? O acumular de perdas leva-nos a habituar a ela?

 

Com a velhice, vem a sabedoria, a experiência... E sim, somos seres de hábitos, rotinas... Habituamo-nos às coisas, ao status quo e acomodamo-nos, mesmo quando a situação não é a melhor...

Mas não penso que se possa chamar a isso, ser insensível.

 

Ou talvez também eu seja insensível, pois tendo já perdido algumas pessoas fulcrais na minha vida, o que mais me assusta, perturba e que com toda a certeza me desequilibraria, não seria com certeza a morte do vizinho... E essa é a mais pura verdade.

Não tenho nada contra os meus vizinhos, antes pelo contrário. E, não, não desejo a morte de ninguém.

Mas o que me assusta realmente, o que me poria a chorar qual carpideira (baldes de lágrimas para poderem avaliar bem o quanto me dói e se sentirem mais seguros do quão grande é o meu sofrimento), seria a morte de pessoas que me são tão próximas, tão indispensáveis, tão importantes que até tenho medo de verbalizar, não vá algo acontecer. (E atenção que eu sou daquelas pessoas cepticas e muito pouco ligadas às superstições!)

A verdade é essa.

Porque há pessoas tão importantes na vida de cada um, que até imaginar que não as temos dói. Até o simples pensamento, a ideia, a hipótese, nos assusta.

Aquelas pessoas… Aquela seleção acima de tudo… Porque nem tudo o que passa por nós, fica…

 

Tornamo-nos insensíveis?

Qual a medida da dor? Como se mede o sofrimento?

Será através dos baldes de lágrimas que a carpideira enche?

 

Não me parece. O sofrimento não se mede a olho nú.

Ou o Palhaço que chora às escondidas é a pessoa mais alegre e livre de sofrimento e, a carpideira a mais triste e sofrida?

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