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Ice AVenturaS

A Aventura de estar no topo do meu Iceberg... Ou seja, da minha mente! Pensamentos, reflexões, experiências, assuntos sérios ou maluquices da pessoa, mãe e psicóloga... Uma viagem talvez alucinante e meio louca!

Ice AVenturaS

A Aventura de estar no topo do meu Iceberg... Ou seja, da minha mente! Pensamentos, reflexões, experiências, assuntos sérios ou maluquices da pessoa, mãe e psicóloga... Uma viagem talvez alucinante e meio louca!

5 minutos = 1 dia de água potável

Milhões de crianças à volta do mundo não têm acesso a água limpa e potável. Um bem essencial e vital.

 

A Unicef lançou o desafio - Tap Project - com a seguinte questão:

"E tu? Quanto tempo aguentas sem um bem não essencial, como o teu smartphone? Quanto tempo aguentas sem tocar no teu telemóvel?"

 

Cada 5 minutos sem tocar no telemóvel, valem 1 dia de água potável.

 

O desafio decorre durante o mês de Março... O que quer dizer que termina amanhã, mas ainda vais a tempo de ajudar!

A única questão é que não percebi se só "contam" as participações dos americanos... Mas, por via das dúvidas, mais vale tentar! Quanto mais não seja, descobres o quão viciad@ estás no telemóvel! Afinal, quantos minutos aguentaste?

Eu já vou em meia-hora... Vamos ver... ;)

Fé, religião e esperança...

Não sou uma pessoa de fé. Nunca o fui.

 

Quer dizer, cresci como a maioria dos Portugueses, no seio de uma família católica. Fui batizada, tive catequese, fiz a 1.ª Comunhão e tive aulas de Religião e Moral... Aprendi orações, comunguei, confessei-me, fui a missas, e também  li e conversei sobre a religião católica.

 

Mas a verdade é que, já com 5-6 anos, infernizava a vida da Catequista (Colégio de Freiras) com "perguntas incómodas". Incómodas porque incomodavam quem as recebia e nem sempre sabia responder e, porque faziam também as outras crianças questionar o que, para alguns, não se pode questionar: a religião.

 

Na minha cabeça de 5-6 anos, toda aquela história me parecia estranha! Lembro-me de imaginar uma versão que, para mim, fazia muito mais sentido: Todos nós éramos brinquedos de gigantes que, tal como eu brincava com as minhas bonecas, "brincavam" comigo e com todo o mundo e, decidiam as nossas vidas e o que cada um fazia. Não os víamos porque eles eram tão grandes que ficavam atrás das nuvens.

Ou então que faziamos parte de um jogo deles, como uma espécie de Sim City ou um RPG (algo que ainda não existia quando eu tinha esta idade, mas mais ou menos o que eu imaginava).

 

Há medida que fui crescendo, a religião continuou a não me fazer sentido. E continua a não fazer, seja lá ela qual for.

 

Não me faz sentido haver deuses todos poderosos, defensores de virtudes e de virtuosos, mas nem sempre quem é bom, é recompensado. Antes pelo contrário, muitas vezes, é mesmo sacrificado: desde Jesus Cristo aos bombistas suicidas.

 

Não me faz sentido qualquer acto de violência em defesa das fés, deuses e religiões (desde as cruzadas católicas, aos atentados com bombistas suicidas atuais, ao ostracizar e excluir quem acredita em algo diferente ou é diferente). Se eles são omnipresentes e omnipotentes, porque raio precisam que nos matemos todos uns aos outros?

 

E ainda, acerca da omnipresença... Se assim é, porque não vê ele tanta coisa? Não reconhece casamentos pelo civil (essas pessoas "não são casadas aos olhos de deus")... Não vê o amor entre pessoas do mesmo sexo... Não vê os abusos a crianças por parte de quem apregoa a sua palavra... Não vê a riqueza de quem lhe devota a vida e faz um voto de ajudar o próximo, mas prefere viver em tronos de ouro e dar esmola ao pobre...

(Sim, ok. Neste ponto, a igreja está a mudar muito. O novo Papa conta com toda a minha admiração e respeito.)

 

Não me faz sentido que quando nos acontece algo de bom, foi "deus". Mas quando acontece algo de mau, esse "deus" todo poderoso não é capaz de o impedir, porque foi obra do diabo ou então é castigo porque fizemos algo de mau... Onde está o poder dele? Ou onde está a sua compaixão e capacidade infinita de perdão? E onde está a nossa capacidade de influenciar os resultados da nossa vida?

 

Acima de tudo, as religiões não me convencem e, também, não me faz sentido o "deixar ao acaso" (ou a um deus) o rumo da minha vida.

Como comecei por dizer, não sou uma pessoa de fé. De acreditar, só porque sim. De deixar andar e esperar que tudo corra bem.

 

Espero que tudo corra bem, mas mexo-me e trabalho no sentido de maximizar as hipóteses de tudo correr bem. Acredito que a vida é minha e o seu rumo é acima de tudo influenciado pelo que faço, pela minha capacidade de ver e aproveitar (ou não) as oportunidades que vão surgindo, de decidir e optar por diferentes rumos. E, como é óbvio nem sempre sou. Nem sempre tomo as melhores decisões. Não sou perfeita. Não tenho bolas de cristal (mas se elas existissem, gostava de ter uma... Ou talvez não! O determinismo que isso traria... Até tenho medo!).

Ou seja, não só o que corre bem, mas também o que corre mal é consequência das minhas ações. Claro que é impossível controlar tudo. Os outros (o mundo inteiro) também controlam os seus atos e isso afeta a minha vida. Tal como eu afeto a dos outros.

 

E, é nisto que acredito. No refletir sobre e no agir para.

Não consigo deixar as coisas ao acaso. Sei que não é possível controlar tudo (ou teria de reconhecer e acreditar na existência de seres superpoderosos). E procuro concentrar-me no que consigo e posso controlar.

De resto, ainda que não sendo muito otimista (já fui mais), procuro ter esperança na vida, na bondade e humanidade de cada um, e procuro acreditar que tudo vai correr bem, se eu fizer por isso também.

Um vislumbre do futuro...

... foi o que o meu filho me deu hoje de manhã.

 

A caminho da escola, no carro:

- Pimeiro eu vou quescer (crescer), depois vou conduzile um camião gande e constuir muitas casas pêtas (pretas) e côrrosa (cor-de-rosa)... E vêdes (verdes) e azulas (azuis). E depois tu vais ficále pequenina e eu ponho-te na minha cadeia (cadeira do carro) e vou levá-te à minha escola.

 

E, pronto. Está tudo programado.

Aparte desconfiar que não vou "mirrar" o suficiente para caber na cadeira dele, será cedo demais para fazer uma reserva no Centro de Dia da "escola" dele?!?

Mas alguém lhe perguntou alguma coisa?

Há alturas em que dá mesmo vontade de responder isso... 

- Muito obrigada pela sua opinião, mas, só por curiosidade, quem é que lha pediu?

- Percebo que queira ajudar, mas eu pedi-lhe ajuda?

 

É que "nisto" da paternidade, o que não falta é gente a opinar... 

Porque também se é pai/mãe; porque se é ti@/avó(ô)/prim@; porque já se foi criança; porque se sabe; porque se tem boas intenções e se quer ajudar; porque apetece; porque não se concorda com aquela maneira de educar; porque aquela maneira de educar incomoda (nem que seja porque aponta as diferenças na educação dada por quem opina); ou, simplesmente, para não estar calad@...

E, às vezes, até compreendemos, estamos mais zen, percebemos a intenção de ajudar ou simplesmente ignoramos, outras dá vontade de responder... não assertivamente, mas agressivamente mesmo... Até porque nós também temos "telhas" e dias menos bons... E, às vezes, simplesmente, o "nosso copo está quase cheio e à espera daquela gotinha de água"...

 

No outro dia, ia a passear com o meu filho. Ele estava cansado e estava adoentado. Pediu colo, eu peguei-lhe e lá fomos à nossa vida. 

Passo por alguém que não conheço (nem faço ideia quem será, pois não parei e estava naqueles tais dias em que o melhor é mesmo não parar). Esse desconhecido começa a dizer ao meu filho, enquanto passo com ele ao colo:

- Vai para o chão preguiçoso, que já és grande para andar ao colo! 

 

E eu penso:

- WTF?!?! Conheço-o de algum lado para se estar a meter na minha vida?! Alguém lhe perguntou ou pediu alguma coisa?

Sim, ok. Podia ter ótimas intenções. O garoto está ficar grande e pesado e isso é visível. Afinal, os seus dois anos e meio já se traduzem em cerca de 14 kg.

Mas do meu filho, das minhas costas e do peso que carrego ao colo ou não, sei eu!

 

Se eu tivesse chegado ao pé do Senhor e lhe tivesse dito:

- Olhe, faça-me um favor que eu estou cansada e leve-me o meu filho ao seu colo, está bem?

Aí, ok. Tudo bem. Podia falar à vontade. Ter-lhe-ia dado essa autorização, pois não só me tinha queixado, como ainda lhe tinha de facto pedido ajuda (a um completo estranho, sim, sim...). Só que não foi isso que aconteceu e até isso acontecer vai uma larga distância...

Como se diz: De boas intenções está o inferno cheio.

 

Claro que esta é uma situação irrelevante. Quero lá saber da opinião de um estranho?

Então, porque me irritou? Porque foi importante o suficiente para a escrever aqui? Porque não a relevei/ignorei de imediato?

Porque naquele momento, o copo chegou ao limite de capacidade. Irritou-me principalmente, porque eu estava "com o copo cheio"... Cheio de opiniões que não pedi; cheio de comentários de quem nada tem a ver com a minha vida; cheio de pessoas cheias de boas intenções que se metem na educação do meu filho, sem que quem quer que seja lhes tenha pedido opiniões ou ajuda... Cheio, porque o garoto andava doente e me sentia cansada... Cheio.

 

Ou seja, tentando passar de bitter a better...

Eu sei que, na realidade, devia relevar. Seja o comentário desse desconhecido, seja o de outros (conhecidos ou não).

Só que às vezes, o racional compreende, procura relevar e seguir, mas o emocional nem sempre fica "satisfeito". Seja porque não fui capaz de ser assertiva na situação e responder expondo a minha opinião/sentimento, com respeito e calma. Seja porque achei que não valia a pena e tentei ignorar, mas fiquei a "remoer" com vontade de responder "torto". Seja porque estou mais cansada e sensível (filho doente dá cabo de qualquer pai a muitos níveis).

 

Se aquela pessoa merecia levar com a minha "fúria", porque o seu comentário "atestou o meu copo"? Claro que não. E não levou. Mas, em mim, houve um acumular... um tranbordar do copo já cheio. Não foi cheio por aquele momento, aquela pessoa, aquela situação, claro. Mas encheu.

 

Sim, eu sei e acredito que a pessoa terá visto o meu cansaço, visto que o rapazola é grande e até teria, de facto, intenção de ajudar com o comentário (ou não). Racionalmente, sei isso.

Mas, emocionalmente, cansam-me os comentários bem-intencionados de estranhos, que não me conhecem, nem ao meu filho. Que não sabem nada da nossa vida, mas não resistem a opinar...

E, às vezes, penso, porque é que está sempre tudo pronto para opinar e mandar bocas sobre as vidas dos outros ou sobre a educação que se dá às crianças?

Oh, pá... Querem ajudar? Ajudem quem precisa! Tanta criança sem pais, tanta criança institucionalizada! Tanta criança a morrer à fome neste mundo! Tanta criança a fugir da guerra e a ser morta sem razão (Síria, lembram-se? Ou só veem o vosso medo e esquecem-se do que devem sentir essas crianças e essas famílias?)... Redireccionem essas boas intenções e ponham-nas em prática! Ou ajudem os "vossos" e, mais que dar-lhes as vossas opiniões, ofereçam-se para ajudar!

 

Sim, é muito mais fácil, "atirar para o ar" do que realmente ajudar...

Eu sei. Infelizmente, às vezes, também o faço e fiz... :-/

Tenho vindo cada vez mais a tentar não o fazer. Até porque, por ser psicóloga, às vezes, esses comentários irrefletidos correm mesmo mal e percebo que as pessoas os levam "quase como um diagnóstico"... E, na realidade, foi só mesmo isso: um comentário irrefletido, uma brincadeira, uma parvoíce da pessoa (sem psicologias à mistura).

E, se nalgumas situações, tive a clareza de espírito para esclarecer e pedir desculpa, noutras só me apercebi mais tarde (os tais momentos "ups"). E, por isso, tenho vindo a tentar não o fazer...

 

Contudo, se, algum dia, me sair um desses digam-me, por favor:

- Perguntei-te alguma coisa?

Eu agradeço, que isto às vezes também me sai e nem sempre me apercebo. Assim, dão-me oportunidade de reconhecer o que fiz e melhorar. ;)

 

 

Agora um pouco de humor mais "ácido" para descomprimir... Há que deixar toda esta "bitterness" sair, não vá o copo encher outra vez...  ;)

Das minhas trapalhices ou loucura eminente...

Ontem ia tendo um ataque cardíaco e pregando um ao meu marido também!

 

Sou organizada e gosto de ter sítios específicos para as coisas.

Daí que as minha carteiras têm que ter sempre uma característica específica, sob pena de não serem usadas:

- vários bolsos e espaços separados de arrumação.

No mínimo dos mínimos, têm de ter dois bolsos exteriores (um para as chaves e outro para o telemóvel).

 

Ora, se tenho um bolso específico para as chaves, obviamente, será nele e apenas nele que as encontrarei e arrumarei.

 

Ou talvez, não!

 

Fui às compras. Encontro um amigo quando estou a sair do carro e vou ter com ele de chave em punho.

Vamos tomar um café, conversamos. Vamos às compras, ajudo-o a encontrar algo que ele precisava e cada um vai à sua vida.

Compro o que preciso. Pago e saio em direcção ao carro.

 

Chave?!?!?!

 

E a minha mente começa a ferver...

Não está no bolso "certo" da carteira...

Terei posto no bolso do casaco ou das calças? Às vezes, faço isso... Não, também não...

Bem, como nunca se sabe, às vezes sem querer coloco no outro bolso exterior. Deixa ver.

Não, não está.

Raios! Terei posto no bolso do casaco e caiu?

 

Faço todo o percurso à procura do meu enorme porta-chaves com um pato amarelo (exactamente para ser fácil de localizar... se bem que a ideia era ao "tacto" e não localizável "à vista"). Café, Hiper, Estacionamento, Carro. Nada.

 

Vou ao café e à caixa onde paguei perguntar se alguém tinha entregue uma chave. Nada.

 

Nesta altura, já a imaginar alguém a encontrar o porta-chaves e a ir para o estacionamento ver qual o carro que abre, para o levar, telefono ao meu marido a pedir para ir buscar a chave suplente e vir ter comigo.

Vou, por fim, às informações do Hiper. Igualmente nada. Chave, nem vê-la.

 

A imaginar-me a chegar a um estacionamento vazio. Decido ir plantar-me na traseira do carro...

Pode ser que alguém apareça com a chave ou pelo menos, que desista de me roubar o carro, pois têm de passar por cima de mim para o levar.

 

Atrás do carro, convencida de que estou louca de facto para ter perdido a chave, decido ver novamente a carteira, incluindo o sítio onde uma pessoa organizada como eu nunca poria a chave... Dentro da carteira, lá perdida, com o porta-moedas e estojo, agenda, etc...

E, adivinhem lá?

 

Descobri que estou mesmo louca. Enfiei a chave onde nunca enfio e não tenho qualquer memória de o fazer...

Aparte a vergonha e a certeza de que eu breve sou internada, ao menos não perdi mesmo a chave... Só a cabeça...

TPCs no Jardim de Infância... Para pais?

A ideia subjacente a esta nova moda dos TPCs nos Jardins de Infância (Creches, Pré-Escolas, o que quiserem chamar) era a de levar os pais a fazerem atividades com os filhos e, a de participarem na vida "escolar" dos mesmos desde cedo. 

 

Faz algum sentido para mim, apesar de compreender os diversos argumentos contra. 

Mas, só me faz sentido, se efetivamente as tarefas forem para fazer em conjunto... Se for para os pais fazerem sozinhos, perde toda a lógica. 

 

E é, aqui, que a questão complica, pois o que se vê, na prática, é que as tarefas são feitas pelos pais sem nenhuma (ou pouca) intervenção dos filhos. Pelo menos, é essa a ideia que tenho do que falo com outros pais (familiares, amigos), dos registos que vejo por aí acerca do assunto e do que observo na escola do meu filho.

 

E, sejamos francos, quando se dão tarefas mais minuciosas que envolvem a psicomotricidade fina, como decorar cordéis ou construir personagens, dificilmente serão para as crianças mais pequenas fazerem!

E, quando se dão tarefas a bebés de 5 meses?!

Claro que seria estranho dar uma tarefa aos pais todos e não incluir os do Berçário, percebo isso. Se há pais que agradeciam, outros haveria que se podiam sentir excluídos. Tudo bem.

 

 

Então como resolver esta questão?

 

Francamente, acho que muito ajudaria se (ainda que não limitando a criatividade de cada um) se dessem pistas e algumas orientações mais precisas aos pais de como integrar a criança na tarefa.

Acho que não basta dizer algo como: "Vamos celebrar a primavera e fazer qualquer coisa para decorar árvores"; "Chegou o Natal e queremos fazer presépios"; "É o dia da família, vamos escrever mensagens em telas, papéis ou cartões"...

 

Podem ser todas boas ideias, porém, surge a questão:

-"Sim e como é que @ meu/minha filh@ de 1/2/3 anos entra nessa história? O objectivo não é fazer o trabalho com ele/a? Como integrá-l@ numa tarefa para a qual nem eu tenho jeito?"

(Sim, porque há imensas pessoas que nunca gostaram de trabalhos manuais, não têm jeito ou não gostam de escrever, pintar ou desenhar).

 

Para mim, é aqui que falha a aplicação da teoria. Porque para a colocar na prática, evolvendo efetivamente as crianças, por vezes, é preciso uma maior dose de criatividade do que para realizar a tarefa em si.

 

Envolver na tarefa uma criança com menos de 1 ano, como? Dão-lhe um lápis e dizem pinta? Dão-lhe uma tesoura e cola?

E com 1 ano? Já será seguro dar-lhe a tesoura? E a cola?

E com dois?

Claro que à medida que vão crescendo, torna-se mais fácil envolvê-las na tarefa.

 

Mas importava, se calhar, dar ideias mais concretas e ter em conta a idade (nível de desenvolvimento) das crianças na definição das mesmas.

Porque não definir um tema geral para todas as idades, para o qual cada sala (idade/nível de desenvolvimento) contribuía com tarefas diferentes adaptadas às suas capacidades?

 

Um exemplo: Se vamos celebrar a primavera, dizemos aos da sala dos 5-6 para construir árvores e flores (em papel, plástico, tecido) ou até para escreverem mensagens alusivas (numa idade em que se está quase a entrar para a escola, sempre me faz mais sentido); aos de 4 para pintar e recortar flores e borboletas; aos da sala de 3 para desenhar e pintar imagens alusivas; aos de 2 para fazer colagens e/ou pintarem um objecto alusivo à estação (seja um chapéu, seja um copo de iogurte aberto para simbolizar uma flor); aos de 1 para pintar flores em cartão ou borboletas (ou outros motivos relacionados que os pais achem interessantes); aos com menos de 1... bem, é sempre possível colocar as mãos no centro de uma flor de cartão ou pintar com as mãos/dedos...

 

Não sei... As Educadoras de Infância que se pronunciem e dêem as suas ideias! Elas conseguirão fazê-lo, bem melhor do que eu. ;)

 

Da minha parte, procuro sempre incluir o meu filho, seja de que maneira for.

Partilho as minhas ideias e experiências:

 

Com 5 meses, não consegui de facto incluí-lo na tarefa. Também porque era Inverno e de todo o modo, a tarefa era quase impossível para as capacidades dele (decorar uma corda). No máximo, teria conseguido fazer impressões dos pés/mãos dele para colar à dita. Mas francamente, não vi nem vejo a lógica de "torturar" uma criança tão pequena a pintar-lhe as extremidades para fazer impressões em papéis, tecidos...

 

Com 8 meses, pintámos uma tela da Primavera. As tintas escolhidas foram café e chá. Com os pés e mão, "pintou" o tronco da árvore a café e, com o chá, e os pés "pintou-se" uma borboleta. Usei lápis aguarela para pintar, que para ficarem com efeito aguarela, é necessário "pincelar" com água. Algo em que também o incluí. Basicamente, "bateu" com o pincel na tela! O resto, ficou ao meu cargo, claro está.

8m.jpg

 

Já com 1 ano, sinceramente, já não me lembro qual a tarefa do Natal... Sei que para a da Primavera, ele pintou (riscou) com lápis um papel onde escrevi um poema, fez bolinhas de plasticina a representar ovos de páscoa e colheu comigo flores e frutos para a decoração.

Para o Dia da família, foi um postal, onde ele colou diversos elementos e que rabiscou para "assinar".

 

Com dois anos, para a exposição de espantalhos do Outono, cortou os cabelos (linhas/lãs) e colou-os na cabeça dos espantalhos... deu-me para que fossem 4. Nós cá de casa e um a representar a educadora/auxiliar(es).O avô fez a base em madeira, eu os espantalhos em tecido e respetiva roupa, com a ajuda do meu menino que cortou alguns dos tecidos. Por trás dos espantalhos, como cenário, um desenho que o meu B. pintou com toda a liberdade do mundo e colou umas peças em madeira a fazer de cerca.

Se houve tarefa de Natal, não me estou a conseguir recordar.

Para a tarefa da primavera, pintou o chapéu e a borboleta em cartão com guache (tinta de água), com pincéis e também com as mãos. E colou os chocolatinhos. As costuras e feltros, acabei por ser eu, também por falta de tempo, confesso.

 

espant.jpgchapéu.jpg

 


Como gosto de trabalhos manuais, ao longo deste tempo, ele tem pintado também umas quantas telas comigo...

Porque pintar é algo que, mesmo com os mais pequenos, conseguimos sempre fazer (seja num papel, cartão, tecido ou outro material que possam sugerir).  ;)

Deixo a deixa, quanto a tintas seguras para os mais pequeninos: pode-se usar café, chá ou gelatinas, ou então fazer tintas comestíveis (receitas aqui das que eu usei)!

Os lápis aguarela são uma alternativa, pois, dependendo da idade, ou pintam vocês e a criança só "pinta" com o pincel com água. Ou se for maior e já conseguir pintar com os lápis, pode fazer ambas as tarefas.

Os guaches ou tintas de água também não mancham a roupa e são seguros, mas aconselho o uso a partir dos 2 anos (ou quando tiverem a certeza de que eles não vão enfiar nada na boca, quando estiverem distraíd@s!)

 

Vou adotar o meu vizinho... Se ele deixar, claro!

Cusquices que uma pessoa não resiste a comentar... 

 

Tenho um vizinho com uma mania das limpezas com características obsessivas...

Mais do que eu, ou seja... ;P

E, como se diz, "misery loves company" e eu não resisto a comentar... 

 

Ora, dia sim, dia não, lá está ele a sacudir tapetes, lençóis, almofadas, cobertores...

Faça chuva ou sol, lá vem ele para a varanda, sacudir e estender tudo! Sim, mesmo a chover! Leram bem. 

 

E se for dia de sol, e "moi-même"  for sacudir também os seus tapetes, como bom obsessivo-compulsivo, lá vai ele também sacudir os seus! Mesmo que os tenha sacudido no dia anterior. 

 

Às vezes com um frio de rachar e chuva, e lá está o senhor de roupão, com bota pantufa e perna ao léu a sacudir tudo! 

 

O meu marido diz para eu lhe deixar um cartão na caixa de correio, que ele precisa de ajuda... 

Eu cá, antes queria adotá-lo... Um "papá" que está reformado e que vinha visitar-me semanalmente e deixar-me a casa num brinco! 

 

É que eu, com as minhas próprias obsessões, também tenho uma certa mania das limpezas... Só que a preguiça e a falta de gosto pela tarefa, por vezes consegue suplantar a obsessão...

 

 

À falta de dinheiro para pagar quem limpe por mim, preferia mesmo adotar o senhor... Ele até me parece simpático! 

Será que ele também é assim com a roupa para passar a ferro?! É que eu ainda abomino mais essa tarefa... 

 

 

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Nota: Brincadeiras à parte, não conheço o senhor e não faço ideia se ele é mesmo Obsessivo-Compulsivo. Não tenho qualquer intenção de gozar com quem sofre com essa perturbação. 

O terrorismo do medo...

Liberdade... 

Cada um destes atentados que vão acontecendo, tiram-nos um pouco de liberdade...

Ou pior ainda, fazem-nos limitar a nossa própria liberdade voluntariamente.

 

Trazem medo.

Trazem intolerância e preconceito... Não contra um bando de radicais loucos, mas como um medo generalizado, contra um grupo de pessoas com crenças diferentes das nossas.

Matam a solidariedade.

Matam um pouco a humanidade que há em cada um de nós. Fica vencida pelo medo.

Fecham-se fronteiras. Impõem-se barreiras.

Acaba a união, a fraternidade, dando lugar ao ódio e à violência.

 

Não tenho religião. 

Não acredito em cruzadas, sejam por que deus for.

 

Acredito que de cada vez que sucumbimos ao medo, que limitamos a nossa liberdade e nos viramos uns contra os outros, o terrorismo ganha. Eles ganham...

E, infelizmente, pela força do medo, eles cada vez ganham mais. E, assim, perdemos todos... incluindo eles...

 

 
E na tv, nas redes sociais, nos jornais, cada vez mais comentários xenófobos... Cada vez mais ódio... Ganha o terrorismo...
Perde a humanidade...

Bitter to better mum... Serei capaz?

Sou muitas vezes parva, digo coisas estúpidas, irrefletidas e pouco simpáticas... ou simplesmente, parvoíces.

Sou particularmente antipática quando quero e não passo confiança nenhuma a quem não gosto.

Não sou psicóloga 24h por dia. Nem sempre penso nos sentimentos do outro ou sou empática.

Também faço comentários idiotas, sem qualquer análise profunda ou psicológica por trás deles... Apenas parvoíce a fluir...

Às vezes, simplesmente, falo sem pensar, não tenho paciência ou não estou para aí virada. 

Sou egoísta às vezes, impulsiva, intolerante e muito impaciente.

Aquilo que penso e sinto transparece demasiado nas minhas expressões e com mais frequência que a desejada.

Mas por vezes, transparece exatamente porque quero e quando quero, para que nem sequer tenha de falar.

Sou imperfeita como os comuns mortais.

 

A minha mãe dizia-me que devia ser mais tolerante.

Como em muitas outras coisas, ela tinha razão.

A vida vai-me ensinando isso mesmo. Porque se, em certas situações, sinto e me irritam as parvoíces dos outros, também eu irrit(ar)ei os outros... E, pior também eu farei/fiz aos outros o que me irritou que me fizessem, ou semelhante...

A vida é cheia de momentos "Ups!"... Ou seja:

 

Ups! Raios! Estou irritada porque me disseram/fizeram x/y/z, mas eu, uma vez, disse/fiz isto também...

- Ups! Foi isto que a/b sentiu, naquela vez que me chateou por eu ter dito x/y/z...

- Ups! Raios! Foi por isto que a/b fez aquilo! Eu não percebi e fiquei magoada sem razão...

 

São momentos em que a perspetiva do outro nos dá uma valente lambada ao passar a ser a nossa também...

São momentos em que a vida nos leva para o lugar do outro, quando não nos conseguimos colocar lá.

São momentos "Ups!" ou uma dose de "empatia à força"...

E, ainda bem que eles existem, pois é sinal que eles ecoam em nós, e os sentimos e percebemos em nós o que fizemos mal ou menos bem... Será esse reconhecimento que nos permitirá crescer.

São lembretes da importância de ser tolerante com os outros, pois às vezes "os outros" somos nós.

 

E, depois há momentos sem esse "Ups!", mas que nos chateiam, irritam ou perturbam mais do que gostaríamos.

Momentos que deveríamos ser mais tolerantes com os outros e relevar as situações, até porque podem vir a ser momentos "Ups!"... Porque somos todos, não Charlie, mas parvos, de vez em quando (com e sem intenção).

 

E, como mãe, "Leoa" de garras afiadas na proteção da sua cria, têm existido muitos momentos em que deveria ser capaz de relevar... Mas nem sempre consigo...

Posso conseguir calar-me... Já há muito aprendi a morder a língua e calar, quando sei não estar capaz de responder assertiva e não agressivamente... Mas relevar, ignorar ou ser mais tolerante, nem sempre é instantâneo... Por vezes, é necessário deixar sair um pouco desse "azedume" para o poder trabalhar... Para transformar as situações que me causam "azia" em situações de crescimento...

 

Hesitei muito antes de criar esta tag / rubrica: "Bitter2Better Mum".

Porque ela trata-se do meu caminho para a tolerância e para a empatia, para um percurso de crescimento pessoal que sinto precisar, mas também um modo de "ventar" sentimentos, de fazer uma "catarse"... De deixar a "Bitter Mum" espalhar o seu veneno/sarcasmo, para que depois se possa tornar na "better mum " e "better person" na realidade...

Porque o que se sente não pode ser negado, antes deve ser reconhecido e trabalhado, para que não se acumule até "transbordar" e se traduzir em comportamentos inadequados.

Por isso, é preciso "ventá-los", falar sobre eles, "pô-los cá para fora" para os poder trabalhar, pensar sobre eles e por fim, relevá-los... Chegar à tolerância e ao reconhecimento de que também eu sou parva todos os dias!

 

Um único problema... Ao expô-los, arrisco-me a que quem me conhece, identifique situações, pessoas... Se sinta também magoado, irritado ou chateado...

 

Por isso, desde já:

- Peço desculpa por todas as vezes em que fui parva para ti que estás a ler isto.

- Peço desculpa por todas as vezes em que fiz ou disse algo que te irritou e/ou magoou.

- Peço desculpa pelas vezes todas em que te venha a magoar ou chatear irrefletidamente no futuro.

- Peço desculpa se te identificaste com a situação abordada sob esta tag e não gostaste das parvoíces que disse.

- E, peço que tentes relevar também, pois mais do que pretender insultar-te ou denegrir a tua imagem, pretendo compreender-te a ti e a mim (em quem, por vezes, situações tão insignificantes se inflamam e empolam) e o que se passou, num longo caminho para me tornar numa pessoa melhor... mais tolerante, menos "ácida"...

 

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