Conversas "infantis" sobre a vida e a morte... #2
A par com as conversas sobre morte e vida que iam surgindo, o nosso cão (o outro bebé cá da casa) já velhinho, com 14 anos, e doente também, morre.
São tempos difíceis, com o cão muito doente e em sofrimento até termos de o pôr a dormir.
O meu filhote ainda nem dois anos tinha.
Deixámo-lo na escolinha e fomos dar paz ao nosso Boqui (cão).
Quando o trouxemos para casa, contamos-lhe que o Boqui morreu.
Não dizemos que fugiu, não escondemos, não compramos outro “cão igual”.
Explico que estamos tristes, porque o Boqui estava velhinho e doente e morreu. Não o vamos voltar a ver, mas temos as lembranças dele e as brincadeiras que tivemos com ele. Temos fotografias e agora ele vive no nosso coração, porque nos lembramos e gostamos dele.
Porquê?
Porque estava doente. Porque era velhinho e o corpo dele estava a ficar estragado, estava muito doente.
Era a verdade.
Ficou triste, mas aceitou dentro do que a compreensão de uma criança desta idade consegue.
Ainda falamos do Boqui com ele.
Ele sabe que teve um cão, que esse cão ficou velhinho, doente e morreu. Sabe que o passeava com a trela, ainda que já não se lembre mesmo dele, (do aspeto) a não ser em fotos, porque era muito pequeno quando o Boqui morreu.